Alguém lembra do Caso de Abatetuba? Pessoalmente eu me lembrava do ocorrido, mas não do lugar (município, do Estado é fácil), menos ainda da própria menor. Até por que o local em si ou mesmo a vítima são (com o perdão e não querendo desmerecer tais partes) de menor importância. Nem mesmo o fato sempre noticiado que o Estado-Algoz neste caso foi todo representado por mulheres (delegada, governadora e juíza) é de importância (certo, talvez apenas para indicar que as mulheres em nosso país não estão, digamos, na vanguarda revolucionária, mas pelo contrário são propagadoras de grandes preconceitos, no caso ai de que leis podem ser relegadas para casos ‘menos importantes’ – talvez eu use isso quando for acusado de machismo). O ponto ais importante nem é uma tal demora noticiada. Mas, a falta de indignação (efetiva, não apenas discursiva, como esta minha) que isto gerou tanto na época quanto agora.
Complicado também é saber que todos os agentes públicos (o agente da Civil até a juíza, passando por delegada a representante do ministério público) se quederam inertes e o Estado, que deveria ser quem mais se sentia ofendido por tal inércia, nada fará contra eles. E não fará por uma coisa simples e deveras perniciosa chamada corporativismo, ou a idéia que ‘eu também podia estar no lugar deles, coitados’. Ora, nenhum agente estatal poderia ter estado no lugar deles e uma vez que esteve deveria ser afastado de suas funções.
Irreparável são os danos contra a vítima e importante é a sua dor, mas mais danoso que o acontecimento em si é a ausência de ações para que tal não se repita.

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